Paixão é sentimento forte, obsessivo , sofrimento , vem em patologia, paixão de Cristo. A paixão ( pathos) abarca toda gama de sentimentos : amor, ódio, inveja, piedade ( também na acepção relligiosa do termo), compaixão; a palavra já diz : compartilhar do sofrimento alheio, mas não da dor, que é pessoal e intransferível, como a experiência,no sentido de vivência e não de senectude; tudo o que vivemos a experiência é intransferível , é preciso errar para saber o que custa o erro.
Amor é apenas uma das paixões, que os gregos denominavam : a paixão do amor ou a Paixão de Eros, que foi contraposta pela Paixão de Cristo. Na realidade, a palavra amor vem com conotações cristãs, desde a antiguidade; pois os gregos não usavam essa expressão, que é romana; os gregos falavam em seu "logos" em paixão ( "pathos"), não em amor.
O amor é uma palavra com conotação cristã e romana, não grega. A língua, o "logos" grego, fala, escreve e estuda o "pathos" sob as formas de Eros, Filos e Ágape. Amor é expressão latina, cujo símbolo "elétrico" é o deus alado "Cupido".
A paixão de Eros é denominada paixão erótica, desejo irresistível de fazer sexo que a natureza põe no sangue sadio e jovem, ou sadio e velho : o importante é que o deus Eros esteja presente no sangue sadio ( sem drogas externas) e o velho seja um sátiro ( um tarado) , coisa que já fui e não sou mais graças ao coração mole agora e temeroso ( antes era temerário, coisa de jovem que pode ter 19 ou 90 anos ; o desejo erótico é o móvel, o "primeiro motor" na propagação da espécie.
Aí vem o outros tipos de amor menos importantes para a natureza, mas essenciais para a sociedade , são "amores sociais " ou "paixões sociais" ( Paixão de Cristo ou Paixão de Marx , paixão de Fidel, de Lula, enfim, dos políticos e dos santos e profetas e poetas e sábios ).
As paixões sociais são paixões falsas, hipócritas, paixões que representam a paixão natural e a única que é real : a paixão de Eros, a paixão erótica, sexual, a paixão entre o homem e a mulher, do macho e fêmea .
Essas paixões sociais não são´provenientes da natureza, como o é a erótica, mas da capacidade simbólica do homem de representar, ou seja, ser ator, criar símbolos e signos, etc. ; logo, as paixões sociais são paixões injetadas por injeções de valores sociais que tomamos e ficamos bobos ( da coorte) ou se não tomamos vamos para a "Nave Louca ", aquela metáfora de Goya para a Nau dos insensatos.
As paixões do amor criadas nos dramas e tragédias evangélicas, ( os evangelhos são cópias descaradas das tragédias gregas) são, na realidade , o amor do amigo, o filo, o amor à filosofia, ou seja, uma paixão que transcende à natureza até o amor "ágape" e o "filos", do amigo, ( do gostar do amigo e da filosofia ), é uma paixão ( o ágape) que extrapola o amor natural, que é o erótico, no amor social, que constrói a filosofia e, concomitantemente, a civilização, a religião, que é o social e o político, não obstante o amor ágape" derive do amor natural, erótico, de proteger a companheira e a prole.
Os gregos tinham em alta conta, valorizavam sobremaneira a paixão do amigo, o filos, como pode se ler em filosofia .
Na palavra grega "filosofia" e no pensamento único que é a filosofia grega, cujo contexto não é dado em qualquer outro lugar fora da Grécia antiga e nem na Grécia anterior à filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles, embora a Grécia tivesse um pensamento antigo expresso pelo pré-socráticos, que eram pensadores, como os demais pensadores fora do contexto e da língua grega, mas não filósofos : a filosofia começa com Sócrates, brilha com Platão e termina com Aristóteles e não acha mais contexto onde se expressar em termos evolutivos.
Antes de Sócrates e depois de Sócrates foi mais significativo para o pensamento , para o espírito, que antes e depois de Cristo, que , não obstante, foi melhor para a alma do povo. Os pré-socráticos, Parmênides, Heráclito, dentre outros, eram pensadores tecidos no contexto da cultura grega, um contexto privilegiado pela poesia de Homero e Hesíodo, que enuncia o mito , o qual dá origem ao rito na forma do teatro grego ( o rito mais original e inteligente da religião surge como teatro grego que se fundamenta nas realidades naturais narradas pelos mitos. A mitologia e poesia grega é a primeira forma de filosofia. Algo próximo ao que Nietszche denominou "filosofia trágica").
O pensamento grego pré-socrático já tem veleidades de ciência, como se lê na teoria do átomo de Demócrito, já é um pensamento que extravasa a simples ética, ou a moral, como o pensamento chinês e outros povos, que não pensaram a ciência, mas a fizeram sob a forma de tecnologia, tanto que após a Grécia, Roma também não pensou a ciência, apenas usou a filosofia menor na construção da civilização : o estoicismo oriundo do cinismo na construção do Direito e da doutrina e prática da religião cristã, dentre outros pensamentos gregos que se desgarraram da filosofia maior de Aristóteles, que só foi retomada nos tempos modernos pela ciência, porém jamais como filosofia maior : metafísica.
O cinismo é uma filosofia menor no sentido de desapego do mundo e do ego, como o monge cristão ou Jesus Cristo que, no fundo, são filósofos cínicos menores, assim como a maioria dos santos e dos profetas bíblicos.
Os filósofos cínicos não tem qualquer apego ao ego ou a mundo, nem ao saber, no qual não acreditam, mas vivem somente para a liberdade, indiferentes ao mundo e ao ego, que nada lhes pode cobrar ; por causa dessa independência e ceticismo generalizado, os cínicos são tidos na conta de filósofos menores, embora sejam eles os autênticos filósofos, porquanto exercitam plenamente a liberdade, que é a função precípua da filosofia e seu objetivo., enquanto que os frades, padres e monges cristãos apenas praticam o cinismo no desapego da vida e do ego em função de uma crença.
São Francisco de Assis corroborou bem a filosofia menor do frade ao criar a Ordem dos Frades Menores. Minoritas.
A filosofia grega foi a culminância do pensamento grego que, em si e comparado com pensamentos originários em outras culturas e contextos, era, o pensar grego, o cume do pensamento antigo, o apogeu da arte de pensar ; a filosofia, no entanto, foi a superação dialética desse pensamento, foi a única que vez que o pensamento transcendeu ao pensamento, que o pensamento pensou a si mesmo, atingiu a "auto-consciência" de si enquanto pensar.
Metafísica foi uma expressão cunhada por um compilador da obra de Aristóteles ; todavia, essa expressão "metafísica" com que o compilador buscou , talvez, definir o que vinha após a física.
A palavra "metafísica" com a qual o compilador dividiu a obra do mestre acabou sendo apropriada para caracterizar a filosofia : a filosofia é mesmo o que vem após a física : é o pensamento, o estudo do pensamento e não o pensar sobre objetos, mas o pensar cujo objeto do pensar é o próprio pensamento, para ser bem enfático e redundante.
A filosofia posterior a Aristóteles tem fim; o que há é o retorno do pensamento, na velha forma pré-socrática, ou seja, o pensamento solitário, como o de Heráclito, que não segue na esteira da amizade, que tornou a tradição de Sócrates a Platão e este a Aristóteles única , fato que somente se realizou porque Platão e Sócrates eram amigos, no sentido "erótico" grego ; os gregos mais jovens e os mais velhos tinham uma relação erótica, na qual acariciavam os órgãos genitais dos amigos envolvidos.
O pensamento solitário, que fundou a ciência, sem a auto-consciência, expressa na Maiêutica de Sócrates, um método que enceta a filosofia com a dúvida, como o fez Descartes posteriormente ; o pensamento que incorporou apenas a idéia de Platão, porém sem se olhar no espelho de Narciso, sem se inclinar sobre si como o faz a metafísica de Aristóteles que fecha o circuito filosófico, antes nunca ocorrido nem tampouco posteriormente : não há outra filosofia senão a grega : essa revolução do pensamento somente ocorreu na Grécia antiga e não alhures ou em outro tempo.
O pensamento passa a ser filosofia ( uma única vez na humanidade ) com o método de conversação socrática ( dialética, na qual se expões as contradições) : a Maiêutica; em Platão a maiêutica se transforma em diálogos, nos quais se expõe a idéia de Platão ( a idéia é a primeira unidade filosófica); por fim vem o fim , "o melhor fim " : Aristóteles, cujo nome significa e assinala o destino final do pensamento grego : a filosofia em sua maturidade, em sua maioridade, a filosofia maior do filósofo.
De permeio com a filosofia maior, a filosofia de Aristóteles que priorizou a lógica e , conseqüentemente, a ciência , andou o cinismo, uma filosofia vital, uma filosofia da existência para a existência, uma prática da "razão pura" : o existencialismo originário, do qual Heidegger teve a lucidez de descobrir no pensamento do ser.
Portanto, só houve duas formas de filosofia, ambas na Grécia antiga : a filosofia do conhecimento de Aristóteles e sua interlocutora crítica ( dialética) : a filosofia cínica. Ambas se complementam e, no fundo, são uma mesma unidade filosófica revestida dos opostos. As contrário da filosofia que nasceu, cresceu e morreu na Grécia Antiga, religiões, não obstante, houveram muitas.
Desta amizade tão íntima, que imita a paixão de Eros, na natureza, é que se criou a filosofia que, por isso, jamais ocorreu em outro contexto, nem no alemão, ó Heidegeer . Evidentemente, não foi tão-somente a amizade, tal qual ocorreu em contexto grego, o fator isolado para a eclosão da filosofia, mas apenas um dos inúmeros fatores inseridos em contexto grego antigo.
A paixão do amigo é, no reino natural, a necessidade de colaboração para a caça, entre os carnívoros, da união para se protegerem mutuamente, dos herbívoros e das formigas, abelhas, térmitas para se tornarem fortes e dos homens na construção da cultura e civilização.
Esta paixão ( a amizade) transplantada para o universo social do homem ( e somente pelo homem) criou a filosofia, na Grécia antiga, junto a outros fatores, porquanto essa relação de amizade, em Roma, não chegou sequer a suscitar a filosofia, mas tão-somente um melancólico arremedo de filosofia que decaiu na forma do Direito Romano e da religião cristã, pois o contexto da amizade romana não era como a originárias na Grécia antiga, porém uma cópia desta, um arremedo grotesco do que na Grécia era uma realidade natural e cultural, assim como em alguns países a corrupção é originária.
Esta paixão grega era mais importante socialmente que o amor da mulher, da fêmea que, na antiga Grécia, era como o manda a natureza : um amor para reprodução; enquanto o amor do amigo ( a cantiga do amigo terá ou será alguma reminiscência disso?) era tanto amor, paixão, no sentido sexual ( velhos e jovens se enamoravam : daí nasce a tradição mestre e discípulo que vai à Idade média na inversão do cristianismo de padres e monges que suprime a mulher e deixa intacta a "amizade", embora sob outro véu de hipocrisia : o cristianismo é o exercício do ódio à natureza, a vontade de morrer e...ressuscitar em cristo : Cristo, o novo e eterno amigo, o mestre , o amigo mais velho, aquele que induz e introduz o jovem no erotismo social, que é a homossexualidade, sempre presente na vida social, quer seja com eunuco, nas culturas mais herméticas, inimigas o amor que não seja exclusivamente natural, como a hebraica, que condena o homossexualismo ou amor de amigo, amizade sexual entre homens ( para evitar a incômada relação de mestre e discípulo que Jesus tinha com seus discípulos e especialmente com João, que deitava no seu ombro e que depois o machismo inglês do código da Vinci transformou em maria Madalena, mais a gosto de judeus e padres, que amam antes a hipocrisia social que a realidade natural. Para o judeu realidade natural é Deus e, por isso, o amor do amigo (erotismo) deve ser solapada, escondido sob a sotaina de São Domingos e do surrão de Assis).
Essa amizade, essa relação mestre e discípulo, ou seja, de um homem mais velho ou mais sábios ( mais sábio sempre é mais velho, não no sentido cronológico, mas no sentido de saber mais, de ter aproveitado a inteligência da vida com maior intensidade que os velhos bobos que nada sabem , somente têm "experiência" e idade, como os cães, os filósofos cínicos, mais velhos tem em relação aos mais jovens); essa relação de amizade de Cristo e discípulo remete ao relacionamento grego que provavelmente estava na cultura helênica passada aos romanos ( vide os imperadores romanos, os césares, de quem podem falar livremente sobre sua homossexualidade, porquanto eram inimigos dos cristãos e perdem a "guerra" do tempo para o cristianismo que prevaleceu como política de Cristo, sob a realidade da política dos padres da igreja, óbvio).
Cristo não podia ser relacionado, associado ao que se associava na amizade, no filos, os gregos e os romanos, criadores da cultura mestre e discípulo, um eufemismo para "enamorados" ou homens namoradas : paixão de homem para homem no sentido erótico e não somente espiritual, mental, pois em Grécia e Roma era assim e como foram as culturas dominantes devem ter passado essa "moda" para o mundo, porém não encontrou o contexto grega e sim somente a fantasia de uma relação de paixão que era somente grega em essência : a Grécia antiga da cultura dos enamorados, os quais não eram o homem e a mulher e sim o jovem e o homem mais velho, maduro.
Por isso São Paulo, que era tão feio, como Sócrates, e que era educado na cultura grega e judaica, sem coragem para enamorar-se de efebos, devido ao tabu judaico neste sentido, desenvolveu a dialética cristã, no sentido aqui de arte de conversar e persuadir, retórica impregnada de falsa filosofia ou pensamento sem objeto natural nem intelectual, mas sobrenatural,; que não foi o caso de Sócrates, o sábio, mas de Saulo, o tolo, o apóstolo.
O amor de amigo, a amizade, levou também as mulheres a imitar o comportamento masculino e isso fica claro quando se tornam monjas e freiras, que é uma forma de exprimir o amor espiritual, mental, que está mais no "logos", no diálogo, que pode ser dialética, e que é prezado pelos espíritos mais inteligentes e cultos.
Mulheres inteligentes ascenderam à intelectualidade ( doutoras da igreja como Santa Tereza) através de seu pensamento, seus êxtases espirituais na relação com o "amigo" Deus, com a amizade de homem para homem que ela mulher podia ter com a divindade, que os sacerdotes masculino tem ( esse poder exclusivo de oficiar a missa é uma reminiscência e um requisito de masculinidade para se ter a amizade de Deus, para se tornar o discípulo jovem de Deus, o mestre, o "Ancião dos Dias", no molde da relação discípulo jovem e mestre mais velho ou de meia-idade dos gregos e possivelmente dos romanos que, com os césares, que eram poderosos e não tinham necessidade de se esconder sob eufemismo ou sob ritos sociais, foi escancarado na relação de enamorados.
As monjas e as freiras se tornaram um pouco "homens" para ascender ao amor filos, à amizade com a divindade, pois a amizade, desde a Grécia, sempre foi tida como privilégio masculino : de homens e deuses; jamais de mulheres ( tanto que ainda corre o dito que mulher não é amiga de mulher, que entre mulheres não há amizade, mas concorrência que é vigiada e controlada com a amizade falsa).
Na realidade natural, fora do cultural que transforma a natureza e suas coisas e entes em artefatos, primeiro pela mão do homem primitivo que, depois que aprende desenhar , pintar e, posteriormente, a escrever, a traçar ferramentas abstratas ( signos e símbolos), a mente evolui, vira-se em símbolo cheia de valores escritos, pensados, desenhados, sonhados e tende a mitigar as realidades naturais que se chocam com os pudores sociais, os tabus criados ara proteger a vida e, conseqüentemente, manter o grupo, ou seja, para manter um grupo é preciso de papéis sociais e uns, a maioria, tem que ser o bobo e os outros ( a elite) os reis e sacerdotes (sábios primevos. O sacerdote é a larva do sábio ou o casulo, a crisálida).
A relação brutal, que é a relação sexual, e sua conseqüência, o ato brutal de parir uma criança, coloca a mulher aparentemente mais dentro do animal natural que o homem: isso para a mente que começa a pensar primitivamente : filosofia da selva, da caverna anterior à de Platão.
Portanto, a relação real, natural do macho e da fêmea é o sexo, o ato sexual é o ato que une macho e fêmea que no eufemismo fica sendo homem e mulher. Conjunção ou coito vira amor e assim vai a vida pelas vias tortuosas das sombras da mente ( a mente é o símbolo do homem, não o que é o homem intelectualmente ou espiritualmente, que é o mesmo. O centauro é símbolo da mente no corpo; símbolo do corpo animal do ser humano e a mente : o pensamento.
O ato sexual é uma violação, uma violência, uma invasão, quando perpetrada entre macho e fêmea. O parto mais ainda : o parto é um drama que pode acabar em tragédia shakesperiana ou grega. É muita dor : é a Paixão da mulher seguindo os atos da paixão de Eros, que se transforma em fatos com o coito e o parto. Finalidade : prole, perpetuação da espécie.
Toda essa relação zoológica do homem e natureza ( natureza na compreensão do homem, na compreensão do homem na figura do centauro) obriga aos eufemismo, porque é preciso dizer, mas há sempre uma forma mitigada de dizer a realidade natural, que é sempre a mais incômoda, porque nos põe longe do anjo decaído que imaginamos ser ( o anjo decaído é Lúcifer, ou seja o homem lúcido, a mensagem ( anjo) lúcida do homem sábio, o que sabe que sabe e sabe de si e do mundo : o homo sapiens sapiens na definição provisória da ciência.
A filosofia na Grécia antiga era um amor erótico, pois era uma ponte entre o amor erótico entre os homens, um laço, porquanto permitia a conversação e da conversação ao erotismo há o caminho para a ponte da amizade, um amor de homens.
A filosofia grega não era coisa de ermitão como a de Kant, Nietszche e Hegel e outros filósofos ocidentais, mas algo vital, porquanto levava em seu bojo a possibilidade de realizar o amor erótico com a mulher, pois a mulher ama ouvir o sábio e o jovem, que também ama ouvir e obedecer o sábio. Tanto que Sócrates, na antiga Atenas, era cognominado " o feio erótico" ou " "Sócrates, o erótico" e vivia cercado de jovens : Platão, que o amava, admira-o, dentre esse jovens atenienses.
Por isso a filosofia se desenvolveu tanto na Grécia, em Atenas e somente em Atenas; porque lá era vital, estava liga ao flilos da filosofia, mas também ligava esse filos ( pathos, amor, amizade) ao saber, à sabedoria, ao amor erótico do homem com o homem, ao homossexualismo sem pudores, a uma forma de relação humana jamais concebida com liberdade antes e depois daquele tempo de ouro da filosofia, quando os homens amavam e não tinham receio de amor.
Com o advento do cristianismo e mesmo nos outros povos, a necessidade de perpetuação da espécie superou esse amor amizade e foram instituídas barreiras religiosas e sociais. tanto que até temos receio de expressar essa realidade de Atenas com todas as letras e nuances. há uma proibição, um tabu dentro de nós na forma de um totem : uma imagem mental e sentimental.
O amor ( pathos) entre o homem e a mulher , macho e fêmea, foi sempre somente amor carnal, amor à violência, ao sangue e à guerra, à dissenções entre homens, que como o animal quer todas as fêmeas para si.
O amor de macho e fêmea se satisfaz em si, no ato, no conúbio. Já a amizade, a forma do amor erótico montada na filosofia, que faz os homens conversarem e entrar em estado de admiração ( paixão) é um amor que passa pelo erótico, mas também vai além, pois ama o diálogo e o saber : a sabedoria. Não se conversa assim, em geral, com as mulheres, mas sim com homens cultos.
O diálogo da filosofia somente se dá entre seres humanos cultos, com uma paixão comum, que os une em amizade ( eufemismo "cunhado" em sentido pelo cristianismo, que polarizou o sentido em outro sentido. o diálogo entre o homem e a mulher, geralmente, se esgota na relação dos sexos; o resto é guerra, dissidências, luta pelo domínio : a fêmea sempre domina e o macho finge que o domínio é dele.
Por fim, temos a paixão do amor "ágape", que ficou sendo o "amor de Cristo", mas que é antes uma criação grega para exprimir o amor à prole e, provavelmente a si mesmo, ao indivíduo enquanto parte da humanidade, enquanto está entre os vivos e busca continuar entre os vivos, através da prole; essa "prole" pode ser a dos padres com filhos espirituais, os mestres com seus discípulos, porquanto sua idéia perpetua-se neles, nasce de novo na mente deles. Perpetuação de memes ou de genes "adquiridos" ou construídos pelo corpo amoroso : o corpo do amigo, o corpo filosófico.
A paixão do amor "ágape" cria filhos naturais, com o sacrifício dos progenitores em função da prole, bem como entra no mundo simbólico do ser humano e se transforma em amor sublime, em renúncia de si mesmo em função de uma "prole" espiritual, mental, simbólica, transmitida na relação mestre e discípulo através dos memes, que são os "genes" da transmissão não hereditária, mas adquirida.
É um amor, uma paixão pela perpetuação da espécie ou do próprio ego adquirido pelos "filhos" espirituais, mentais, que carregam a idéia do mestre, como um gene, durante o transcorrer de milênios. Um amor, uma paixão que faz nos esquecer na prole, passar nosso ser individual para a espécie, quer seja essa espécie natural ou simbólico, mas, paradoxalmente, um amor à morte, um esquecimento de si no outro, em outro indivíduo que representa a espécie ou a continuação da própria vida pela transmissão genética ou intelectual, ética, moral, de sensibilidade na percepção do mundo, etc. É o amor de morrer no outro ou na própria obra passada ao "filhos" mentais, simbólicos.
O ágape espiritual, mental, é idealizado como todo amor mental, todo amor esculpido pela idéia ou como idéia ; portanto, é um amor simbólico, para a maioria ( uma palavra que se encarna é um símbolo, no símbolo de Cristo ou do filósofo, do artista que ama sua obra ou a arte em si e a filosofia pura, se é que há algo puro em filosofia ou em arte, depois de ser arrancada à idéia e colocado na realidade natural onde tudo são relações e não há possibilidade de pureza alguma, porquanto pureza é uma idéia, um conceito ideal, idealizado, tal qual a mulher pelos trovadores de ontem e de hoje, que cantam e decantam a mesma mulher, que jaz morta no cemitério da história há séculos.
Todavia eles não se deram conta do obituário, porque cantam uma idéia de mulher e não a mulher mesma : cantam o idílio, o símbolo, a idéia, o ideal , a musa ou mulher ideal : poesia humana). Na realidade, cantam a mulher que flui dentro do sistema denotativo e conotativo. de suas mentes ingênuas.
Não obstante, a paixão ( amor) "Ágape" não se esgota tão- somente no amor da prole, como ocorre com os animais; o homem é fundamentalmente um ser simbólico, um símbolo cuja representação de si como animal e homem está na mente, que traduz na figura do centauro Quíron, o sábio que superou o corpo com o uso da mente, da inteligência universal ( o centauro Quíron conhecia todas as ciências, era um sábio universal, se se pode dizer assim, sem redundância explícita).
Alguns seres humanas vivem sob a realidade, ou a realização, desse amor "ágape", esse amor que faz com que se esqueçam de si, de suas individualidades e se dediquem ao serviço de outrem : dos desvalidos, os miseráveis, os infelizes, enfim, toda uma caterva de seres humanos derrotados socialmente e que ficam à mercê da indigência devido ao abandono social e natural : doença, miséria, ignorância, que São fatores que contribuem a levá-los ao crime, se têm forças para tanto e temeridade. São os sacrificados.
Os sacrifícios humanos perpetrados pelo capitalismo, feudalismo, comunismo, nazismo, fascismos, enfim, por qualquer sistema de poder de um homem sobre muitos outros, quer sejam os sacrifícios perpetrados pelos Maias ou Astecas, em nome de seus deuses ou pela prosperidade ( questão de contexto ) ou pela civilização ocidental pela igreja, através do santo oficio da Inquisição, em nome de Deus, ou pelos capital, no moderno capitalismo que vive da abundância para alguns poucos e da pobreza e miséria para a grande maioria, ou do comunismo, que demonstrou ser pior que o capitalismo.
Alguns indivíduos, que,por motivos aparentemente naturais, mas cuja análise não se esgotam nisso, nem na psiquiatria, nem nas explicações freudianas, marxistas, ou cristãs ou até contextuais, que hoje é a nova moda semiológica, semiótica ( a semiologia e a semiótica vão salvar o mundo como o imaginava o marxismo, o cristianismo, etc); alguns indivíduos, como Francisco de Assis, Madre Tereza de Calcutá, Buda, Maomé, Rumi , que não procriaram, não tiveram prole a que estender esse amor sublime, o ágape, ou porque incapazes para se reproduzirem ou porque levados pela mão de um contexto que os apaixonou mais que à própria vida, ou porque e também decidiram que seu destino seria esse, de caridade e fé, de sabedoria e bondade, no pleno exercício de sua razão e sensibilidade, dedicaram-se a outros como se fossem filhos e filhas amados, pelos quais daríamos de bom grado a nossa vida.
Essas pessoas não são ou estúpidas : ao contrário. As pessoas sinceras, que se dedicam à religião ou à filosofia ou à arte, a cuidar com desvelo do outro ou pela ciência ou por seus atos humanitarios , filantrópicos, de forma sincera, com todo o corpo e alma, são o que há de melhor entre os seres humanos, são a verdadeira elite sobre a qual se assentam os tronos dos reis, porquanto são eles, esses abnegados, que sustem o acordo social. com suas vidas. Sob suas vidas se erigem impérios, como a igreja católica, que se erigiu sobre o corpo de Cristo e de São Pedro, o pescador.
Esses seres humanos são as mais inteligentes e sábias e, por isso, renunciam a si e atendem a espécie : são os grandes sábios, os que provam de fato a natureza, que ouvem e falam com a natureza intimamente, diuturnamente. São os anjos, os arcanjos e serafins presentes no mundo fenomênico.
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