sábado, 7 de março de 2009

ALMA GRAVADA EM PEDRA

Nascemos livres, à flor negra da noite na madrugada noctâmbula na coruja /
ou à flor branca da laranjeira plantada pelo sol na barra da alva /

Bem-nascidos cegos ou observadores astronômicos /
de olhos no branco da flor de limoeiro ou no escuro do véu noturno /
ouvimos pelo cheiro da ervas embaixo dos pés descalços /
que o regato molha com seu ósculo sagrado de batismo /
( o regato que pega de surpresa os pés na água /
o regato é o São João Batista /
o profeta João Batista de fato /
e não a expressão simbólica dirigida o vetor ao homem ) /

Os primeiros passos são livres /
vão seguindo a liberdade à frente /
a mestra da vida e da sabedoria /
que nos guia : estrela polar dos argonautas /
de todos os aventureiros /
( a vida é a grande aventura /
de ventura ou desventura /
Destinos : trágicos ou cômicos
ou apenas dramáticos e auto-dramáticos ) /

Todavia a sociedade não prescinde de escravos para poder funcionar /
e então começa a domesticar as idéias desde o leite materna /
no seio da mãe que diz tanto não /
que traça o limite d mapa da liberdade /
até fazer o mapa encolher tanto /
que por fim cabe dentro de uma cela de monge ou de prisioneiro /
( o prisioneiro é outro monge em Assis na sua cela franciscana e comum )

A sociedade educa escravos e servos para s várias tarefas /
mas em qualquer tarefa que seja /
precisa de escravos e servos /
seja a tarefa a ciência ou da filosofia /
da religião ou da arte /
do médico ao advogado /
do gari e do operário /
todos são escravizados nesta tarefa /
e não podem pensar senão dentro do seu âmbito de pensamento restrito /
pois o espírito é proibido por lei e faz mal à sociedade /
que somente se erige sobre a liberdade dos escravos e servos /

Crescemos aprendendo por signos tortos /
eivados de conotações e significados torpes /
informa que Sócrates foi filósofo e Pablo Picasso artista /
que Jesus é divino e Platão também é assim cognominado pelos antigos /
mas o cristão só acham a divindade em Jesus /
como se em outros bosques não medrassem ervas /
em cuja haste tremulam florzinhas amarelas ou azuis /
ou de outra cor no matiz natural /
que lhe colore algum /
Monet em modo de fauno natural /

Outrossim, de permeio com esse aprendizado doméstico /
aprendemos que nada somos /
e que provavelmente nunca teremos nosso ser filosófico /
porquanto esse ser concerne somente aos filósofos /[
aos zoologistas, nutricionistas, psiquiatras, matemáticos /
e outros seres vivos ou mortos que nos dirão o que fazer a vida inteira /
como se fôssemos a vida inteira apenas uma criança levada pela mão da mãe /
um anão de pernas e cabeça curta /

As escolas e demais asilos /
introduzem seus memes como memórias em nós /
a fim de que paremos imediatamente de pensar /
antes da infância se petrificar no passado /
( memes são algo assim como genes sociais /
ou inconsciente coletivo em "logos" de Jung ) /

Graças a essas injeções letais de paralisia infantil /
que não atinge o corpo mas arruina o cérebro /
cujo mal é o de trocar o cérebro de uma criança por uma mente alheia /
( a mente é o símbolo do encéfalo /
não o encéfalo paralisado pela injeção com um coquetel de instituições /
cuja função é alienar o cérebro humano de si mesmo /
e se olhar apenas no Narciso institucional que devora a face do ser humano ) /

Então esquecemos para sempre que somos livres /
e o filósofo que somos vivos se aliena na representação de Sócrates nos Diálogos /
naquele ser humano mortal na premissa do silogismo de Aristóteles /

Olvidamos que somos o monge /
somos o eremita em sua cova no deserto /
Santo Antão em sua tebaida /
porquanto todos esses aventureiros que vemos e que não somos /
mas que nos representam como o Senado ou os Três Poderes divinos da República /
são atores por nós na política /
( atores fingem, são hipócritas /
conforme o canto da cascata no rio de mel que escorre da pena de Fernando Pessoa ) /

No entanto, esses míseros canastrões /
esses indigentes falastrões que gritam, oram por nós /
até no púlpito das igrejas /
esses infelizes atores do teatro social /
esses hipócritas fidalgos de anfiteatros /
essa caterva de bufões e saltimbancos que nos entretêm /
esses truões da representação democrática são menos que nós /
porquanto os prende a Igreja ou o mosteiro budista /
enquanto nós, os auto-conscientes, /
nós, os livres em carne e espírito, /
em pensamento e atos no teatro ou na platéia /
nós é quem somos os filósofos, os monges /
os seres reais e não a fantasia do monge beneditino /
cistercienses, carmelitas, sufis ou dervixes /

Somos tudo o que desejamos ser sobre a face da terra /
pois está no nosso ser todo o ato de ser /
somos livres para ser sempre o que quisermos /
no tempo que escolhermos /
muito embora nos roube por escrituras e muitas letras de câmbio /
nosso infinito latifúndio de terras /
com muitas terra inútil dada às ervas daninhas e seus adornos de flores /
das terras que temos por dentro de nós /

No que tange às terras por fora /
os latifúndios espargidos pelo mundo afora /
são terras cujos senhores têm suas escrituras /
escrituras públicas e sagradas /
são terras que não podemos ter /
são terras de João sem Terra /
II
O filósofo é o mesmo Buda do pensamento oriental /
é o ser iluminado que somos originariamente /
( a terra negra ou roxa onde plantamos uma floresta negra /
outra floresta de bétulas e uma floresta boreal do Canadá dentro de nós /
para vivermos escondidos e em paz de pombas ) /

Todavia, essa terra é sempre obscurecida em nós /
está sempre sob uma eclipse solar /
cavada freneticamente pelas picaretas da educação /
cuja função é deixar esse ser iluminado e livre que somos emparedado /
preso em sua cela ou nas masmorras de um castelo de doutrinas /
sob o comando de idéias alheias /
que nos guiam como crianças recém-nascidas /
a quem se dá o leite no peito da mãe /
e depois atarraxa uma máscara de ferro /
para fazer pesar o cérebro /
que assim não pode pensar senão na dor /
e na gravidade de Isacc Newton /
um filósofo natural antes de mim e de ti /

O filósofo é o homem livre dessas peias /
pois a filosofia é a auto-consciência /
pensar o pensamento /
pensar a si como projeto de arquiteto vital /
tomando consciência de si e do seu próprio pensamento /
e não a limitada consciência da ciência e tecnologia /
ou do poeta e escritor comum /
calcadas na subjetiviade e objetividade /
dois mitos ou deuses no mundo moderno da pastoral de Baudelaire /
ou do poesia de Holderlin e do pensamento de Heidegger /
Eu hei de buscar arcanjos em Holderlin!!! )

A filosofia se manifesta no ser sem medo /
naquele que crê antes de mais nada em si /
ou que às vezes até de si duvida /
porquanto somos animais e estamos propensos a trair a nós mesmos /
defendendo interesses de outrem como se fossem nossos legítimos interesses /
como o fazem os crentes de todas as religiões /
de todas as instituições e filosofias alheias a si /
( filosofias do mundo como o marxismo /
platonismo, hegelianismo, epicurismo... /

A filosofia é um fenômeno manifestado no pensamento livre /
um manifesto do pensamento próprio e não alheio /
que ocorre no pensamento do ser humano emancipado /
naquele que sabe de sua triste condição de monge /
de indigente vagabundo solitário sobre a face da terra /
sempre faminto e em andrajos, nu ou seminu /
( sempre um rei Lear na chuva /
sob a tempestade furiosa de ventos uivantes e lobos de luz açoitando os céus /
cuja veste negra das nuvens também está em andrajos) /
Um mendigo que não pode contar com ninguém /
porque uma bomba atômica de idéias /
destruiu todos os seres humanos sobre a terra /
ficando neles apenas o pensamento estropiado : /
uma alienação anterior e posterior à filosofia /
pois a filosofia não existe por si nem como a deusa da sabedoria /
como fazem crê aqueles que a estudam ou a adoram nos altares /
aqueles que não têm história e caminho na filosofia dentro de si mesmos /
porque a filosofia é o filósofo /
o homem alienado no papel de filósofo /
que não teve auto-consciência para observar essa alienação /
e superar o filósofo cristalizado pela escultura de homem vivo ou morto /
o filósofo de pedra-sabão ou mármore na estátua de Rodin /
superado no homem que está vivendo no presente /
em si mesmo no presente /
e não em outro ser humano também presente /
ou pensante no passado remoto da Grécia Pré-socrática /

Ser filósofo é superar o filósofo através do homem /
de si mesmo pensando rotineiramente /
até o dia em que a alma se vá com o eletromagnetismo do corpo /
e deixe o pó voltar à pedra que foi o homem um dia /
ou que a estátua seja o que foi o ser humano /
no dia mítico de Galatéia /
no dia de alma cravada em pedra /

ESTUDOS : Wikipedia : Auguste Rodin : Paris. Escultor francês, impressionismo - Wikipedia : Auguste Rodin : Paris, escultor francês impressionimo - Rodin, escultor francês, impressionismo - Wikipedia : Rodin, Camille, Paul Claudel : Portas do Inferno - Wikipedia : Rodin, Camille, Paul Claudel : Portas do Inferno - Rodin, Camille, Paul Claudel : Portas do Inferno - Wikipedia: Rodin, obra : Camille Claudel de Auguste Rodin ( 1886) - Wikipedia: Rodin, obra : Camille Claudel de Auguste Rodin ( 1886) - Rodin, obra : Camille Claudel de Augusto Rodin ( 1886) - Wikipedia : Rodin, obras : Danaide, Fugit Amor - Wikipedia: Rodin. obras: Danaide, Fugit Amor - Rodin, obras : Danaide, Fugit Amor - Wikipedia: Rodin, obras : Rodi, obra : Los Burgueses de Calais - Wikipedia : Rodin, obra : Los Brugueses de Calais - Rodin, obra : Los Burgueses de Calais - Wikipedia : Rodin, obra : Les Bourgeios de Calais - Wikipedia : Rodin, obras : Les Bourgeios de Calais - Rodin, obras : Les Bourgeios de Calais - Wikipedia : Rodin, obra : Burgueses de Calais - Wikipedia: Rodin, obra : Burgueses de Calais - Wikipedia: Rodin, obra: Burgueses, Calais, Guerra, cem anos - Wikipedia : Rodin, obra : Burgueses, Calais, guerra, cem anos - Wikipedia : Rodin, obras : Burgueses, Calais: Victoria Tower Gardens, Londres - Wikipedia : Rodin, obra : Burgueses, Calais : Victoria Tower Gardens, Londres - Rodin, obra: Burgueses, Calais : Victoria Tower Garens, Londres - Wikipedia: Rodin, obra : Burgueses, Calais : Praça, plaza de Calais - Wikipedia: Rodin, obra: Burgueses, Calais : praça, plaza de Calais - Rodin, obra : burgueses, Calais : Praça, plaza de Calais - Wikipedia : Rodin, obra : Rodin, estatuas : Burgueses de Calais : Museo Rodin, Paris - Wikipedia : Rodin, escultura : Burgueses de Calais : Museo Rodin, Paris - Rodin, esculturas : Burguese de Calais, Museo Rodin, Paris - Wikipedia : Rodin, escultura,obra ; Burgueses de Calais : Museo Rodin, Filadelfia - Wikipedia : Rodin, escultura, obra : Burguese de Calais, Museo Rodin, Filadelfia, Rodin, escultura : Burguese de Calais: Museo Rodin, Filadelfia - Wikipedia : Rodin, escultura : Burgueses, Calais : Norton Simon Museum, Pasadena ( California ) - Wikipedia : Rodin, escultura : Burgueses, Calais : Norton Simon Museum, Pasadena ( California ) - Rodin, escultura : Burgueses, Calais : Norton Simon museum, Pasadena, California - Wikipedia : Rodin, escultura : Wikipedia: Rodin, escultura, obra : Burgueses, Calais : Universidad, Stanford, California - Wikipedia: Rodin, escultura, obra : Burgueses, Calais, Universidad Stanford, California - Rodin, escultura, obra : Burgueses, Calais : Universidad Stanfor, California - Wikipedia : Rodin, escultura : Museum Metropolitano Art, New York - Wikipedia : Rodin, escultura : Burgueses, Calais : Museum Metropolitano Art, New York - Rodin, escultura : Burgueses, Calais : Museum metropolitano Art, New York - Wikipedia : Rodin, escultura, obra : Burgueses, Calais : Museum Hirshhorn, Washington, D.C - Wikipedia ; Rodin, escultura, obra : Burgueses, Calais : Museum Hirshhorn, Washington, D. C. - Rodin, escultura, obra : Burgueses, Calais : Museum Hirshhorn, Washington, D. C. - Wikipedia : Rodin, escultura : Burgueses, Calais : Museo de Israel, Jerusalem - Wikipedia : Rodin, escultura , obra : Burgueses, Calais : Museo de Israel, Jerusalem - Rodin, escultura, obra : Burgueses, Calais : Museo de Israel, Jerusalem - Wikipedia : Rodin, escultura : Burgueses, Calais., Museo de Jerusalem, Israel - Wikipedia : Rodin, escultura : Burguese, Calais : National Gallery of Australia , Canberra - Wikipedia ; Rodin, escultura: Burgueses, Calais : National Gallery of Australia, Canberra - Rodin, escultura: Burgueses, Calais : National Gallery of Australia, canberra - Wikipedia : Rodin, escultura : Wikipedia : Rodin, obras : Australian National University - Wikipedia : Rodin, obras, bocetos : Australian National University - Rodin, obras, bocetos : Australian National University - Wikipedia : Rodin, escultura : Rodin, escultura, obra : Metropolitan Museum of Art - Wikipedia : Rodin, escultura, obra : Metropolitan museum of Art - Rodin, esultura, obra : Metropolitan museum of Art - Wikipedia : Rodin, escultura, obra : Nipissing University - Wikipedia : Rodin, escultura, obra : Nipissing University - Rodin, escultura, obra : Nipissing University - Wikipedia : Rodin, escultura, obra : Boston College - Wikipedia : Rodin, escultura, obra : Boston College - Rodin, escultura, obra : Boston College - Wikipedia : Rodin, escultura : El Pensador , Le Penseur , museo Rodin - Wikipedia : Rodin, escultura, obra : El Pensador , Le Penseur, museo Rodin - Rodin, escultura, obra : El Pensador, Le Penseur - Wikipedia : Rodin, escultura : Le Penseur : www.penseur .org - Wikipedia : Rodin, escultura, obra : Le
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